Cumprimentos
Publicado em 19 de março de 2007
Percebi que na volta às aulas, depois de quase 3 meses de férias com muita cerveja, eu não lembrava mais o nome dos meus colegas. Lembrava dos rostos, mas o nome… E a situação fica ainda mais incômoda quando um deles chega puxando papo e fala o teu nome, e tu ficas ali, tentando lembrar o nome da criatura e nenhum que vem à cabeça é o correto.
Por esse motivo, vamos tentar criar uma técnica para enrolar, ou não, a conversa com qualquer pessoa que você conheça, até o nome do ser humano à sua frente ficar na ponta da sua língua.
1.Usando o lado emocional. Vem aquela pessoa que tu gostas, por quem tu tens um carinho especial, é muito querida, mas, qual é o nome dela mesmo?
— Oi Rodrigo! Tudo bem?
— Oi… (o segundo cruel) querida! Comigo tudo, e contigo? — use palavras legais como querida(o), amiga(o), gatinha(o), guri(a), muleque, parcero, teu, meu, faxa e afins.
Ou é aquela pessoa que você não gosta.
— E aí Rodrigo? Beleza?
— Tudo certo seu mané. Já se f*deu hoje? — parta para a baixaria e se livre rapidamente da pessoa, enquanto os socos na cara não te deixam inconsciente no chão.
2.Usando relacionamentos com a família. Mostra que você tem uma certa intimidade com a pessoa e a família dela.
— Oi Rodrigo! Tudo bem?
— Tudo bem comigo! E com… (rápida olhada para cima) a filha mais querida do Seu João?
— Ele morreu ontem. —pode acontecer daquela pessoa que é a referência não existir mais.
— … (agora olhe diretamente para cima, para o céu, junte a palma das mãos, se ajoelhe no chão e tente parecer o mais católico possível).
3.Usando movimentos bruscos com o corpo. Mostre que você não tem problemas em se relacionar com pessoas do mesmo sexo e chegue junto.
— E aí Rodrigo? Tudo em cima?
— Vem aqui cara! Humpfff… (um abraço forte, de urso).
— Tu tá loco meu? Vai si f*dê! — a pessoa vai rapidamente embora, mas os outros espectadores da cena ficarão olhando para você.
4.Usando o longo tempo que não se vêem ao seu favor. Qualquer desculpa é válida.
— E aí Rodrigo? Ainda se lembra de mim?
— Não lembro. Estou cego. Caiu ácido nos meus olhos.
— Você não deveria estar usando óculos escuros?
— (pensa pensa pensa) Foram roubados há pouco, ainda não comprei novos.
— E a tua bengala?
— (mas que droga! pensa pensa pensa pensa) Escorregou bueiro a dentro e não consegui mais pegar.
— Teus olhos me parecem normais. Que tipo de ácido foi esse?
— (muita calma, não ponha tudo a perder, escolha um nome difícil) É ácido acetilsalisílico. Muito forte. Está destruindo as calotas polares.
— Isso é Aspirina rapá! Tu tá me enganando safado?
— … (caia no chão dizendo que a pessoa a sua frente está te batendo e espere que alguém te ampare. Ou espere que seu amigo comece a te bater mesmo).
5.Usando sua cara-de-pau. Fique marcado para o resto do mês como aquela pessoa que passou por mim e fez que não me viu.
— Oi Rodrigo! Tudo bem?
— … (olhe para o outro lado, ponha as mãos em formato de concha nas orelhas, como se quisesse ouvir uma música mais atentamente e comece a dançar enquanto passa descontraidamente ao lado do seu amigo).
6.Usando a sua completa falta de neurônios. É tipo aquela luta: vale-tudo.
— Oi Rodrigo! Tudo bem?
— Aaaaaaaaa alienígena! Aaaaaaa… (saia correndo para o lado contrário do seu amigo, em zigue-zague, tropeçando nas coisas e nas outras pessoas).
7.Usando a verdade. Deixei por último porque é a maneira mais ineficaz, mais chata e mais difícil.
— Oi Rodrigo! Tudo bem?
— Mil desculpas, mas não recordo o teu nome. Qual é mesmo?
— Nunca mais fala comigo seu ingrato!
Pois é, a verdade às vezes é cruel.